sexta-feira, 17 de outubro de 2008

"Educação Sexual" x "Orientação Sexual"




A concepção do trabalho de Orientação Sexual, como instrumento preventivo da AIDS, da gravidez precoce, do aborto e das DSTs vem passando por inúmeras transformações. Seu espaço está sendo discutido intensamente - seja na família, seja na escola, seja na comunidade.


A própria expressão "Educação Sexual" já caiu em desuso, e os especialistas se perguntam: é possível educar alguém sexualmente? Atualmente, o termo mais aceito no meio de Helena Lima, bióloga, psicóloga e mestre em psicologia, é o de Orientação Sexual, campo, aliás, que tem crescido entre os profissionais de saúde e educação. Segundo explicações do Multirio, Órgão Governamental do Rio de Janeiro, a diferenciação dos termos indica significados diferentes. "Outros autores consideram a orientação sexual derivada do conceito pedagógico de orientação educacional, definido-se como um processo de intervenção sistemática na área da sexualidade, realizada principalmente em escolas, por um educador ou outro profissional capacitado para tal, e aproxima-se do que denominamos como educação sexual formal", define.


De acordo com o Guia de Orientação Sexual, publicação traduzida e adaptada por três ONGs (Organizações Não-Governamentais) a orientação sexual, "quando utilizada na área de educação, deriva do conceito pedagógico de Orientação Educacional, definindo-se como o processo de intervenção sistemática na área de sexualidade, realizado principalmente em escolas". Pressupõe o fornecimento de informações sobre sexualidade e a organização de um espaço de reflexões e questionamentos sobre postura, tabus, crenças e valores a respeito de relacionamentos e comportamentos sexuais. "A Orientação Sexual abrange o desenvolvimento sexual compreendido como: saúde reprodutiva, relações interpessoais, afetividade, imagem corporal, auto-estima e relações de gênero. Enfoca as dimensões fisiológicas, sociológicas, psicológicas e espirituais da sexualidade através do desenvolvimento das áreas cognitiva, afetiva e comportamental, incluindo as habilidades para a comunicação eficaz e a tomada responsável de decisões", explica o Guia. Já a Educação Sexual, segundo o Guia, inclui todo o processo informal pelo qual aprendemos sobre a sexualidade ao longo da vida, "seja através da família, da religião, da comunidade, dos livros ou da mídia".Helena Lima, coordenadora de projetos de orientação sexual de tradicionais escolas paulistanas e atualmente diretora da Unidade Perdizes do Colégio Pentágono, pensa que a temática sexualidade é parte tão integrante da criança como qualquer outra, e merece atenção na proporção em que ela demandar. "As crianças têm estímulos de sobra em relação à sexualidade e a outros aspectos da vida.


Assim como se esclarece para a criança que ela deve atravessar a rua olhando para os lados, escovar os dentes, lidar com horários, dinheiro, aprender as cores, é fundamental que ela aprenda a compreender seus sentimentos em geral, inclusive os da sexualidade", pondera. De acordo com a especialista, o desconhecimento, o não dito, também gera fantasias e angústia. "Então, nada de ficar colocando cegonhas e estrelas na pauta, nem ficar forçando a ampliação de temas. O importante é o orientador abrir espaço para dúvidas e responder àquilo que é solicitado. Simples assim", ensina.

3 comentários:

Anônimo disse...

Conhecimento sempre é muito bom, por isso acho que deveria ter uma materia sobre o assunto na escola.

Anônimo disse...

Concordo com você.

Anônimo disse...

Se tivessem pelo menos palestras nas escolas ja seria um bom começo.